terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Sex Education





Vamos falar da nova tentativa da netflix de falar sobre sexo. A anterior foi aquele tiro no pé em forma de animação chamada "big mouth" (que entre tantas merdas, insinuava que pensar em violentar alguém é "natural").


Essa aqui tem um tom menos doentio, mas, continua cometendo os mesmos erros de todas as séries do serviço de streaming - dá pinceladas superficiais em assuntos e não se aprofunda em nada.

A série é cheia de clichês colegiais americanos, incluindo o valentão que na verdade é gay (ou bi) enrustido e que implica com o garoto gay. - eu já cansei de ver isso e é... bom, com o perdão do trocadilho, broxante.


O roteiro tenta ser instrutivo e não vou mentir, em alguns momentos dá ótimas dicas sobre sexo e sexualidade para o público, mas, 90% do conteúdo é um grande pastelão.

O público LGBT fica totalmente em segundo plano, em certo episódio aborda-se muito por cima um relacionamento lésbico - e no fim, a explicação de porque elas não dão certo juntas é meio... previsível.

O único personagem gay em destaque é negligenciado na série, seus possíveis relacionamentos, a luta para ser respeitado e assumido, tudo isso passa despercebido nos episódios. Ah, mas temos homofobia, claro!

Pessoas Transexuais então, parecem não existir no universo da série, idem para pessoas bissexuais, pansexuais e assexuais, só para citar mais alguns.

Como entretenimento, não é ruim, mas é meio que nem uma lata de doce de leite cozido, você sabe né? se comer demais, enjoa. E é como eu estou me sentido ao terminar de ver a temp.1. Enjoada

Eu sei que uma educação sexual abrangente [ou seja, que englobe todas as letras possíveis da sigla LGBT+] é necessária no Brasil, mas, em parte, eu achei a série "Sex Education" carente de informação consistente que não fosse representada como uma comédia pastelão.

Para mim, "Sex Education" não foi essa coca-cola toda que estão dizendo. É melhor que "big mouth", mas, Netflix ainda tem de caminhar muito pra produzir um conteúdo que não caia nos lugares-comuns dos romances agridoces adolescentes

Aparte da minha opinião, aceito aqui sugestões para um futuro possível podcast sobre educação sexual inclusiva. Deixem nos comentários.


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